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    Esta é uma santa que ficou casada até os 33 anos. Teve nove filhos e vários netos. Aos 47 anos fundou a Comunidade das Irmãs Carmelitas da Caridade, e ao morrer, aos 61 anos, havia fundado mosteiros, escolas e hospitais em várias partes da Espanha.

    Nasceu em Barcelona, na Espanha, no dia 16 de abril de 1783, quinta de oito irmãos. Seu pai, Dom Lorenzo de Vedruna, era rico e alto funcionário do governo. Sua família era muito católica.

    A menina desde muito pequena tinha grande devoção ao Menino Jesus e as benditas almas do Purgatório.

    Algo que a caracterizou desde seus primeiros anos foi um grande amor pela limpeza. Não tolerava qualquer mancha de sujeira em sua roupa. E isso a foi levando a não tolerar tampouco as manchas do pecado em sua alma.

    Aos doze anos sentiu um grande desejo de ser freira carmelita. Mas as freiras não a aceitaram porque lhes parecia muito jovem ainda para decidir-se pela vocação religiosa.

    Aos 26 anos, aos 24 de março de 1799, casa-se com um rico advogado, Don Teodoro de Mas, um muito amigo de seu pai e um funcionário público como ele. Teodoro estimava muito as três filhas de Don Lorenzo e para decidir-se por uma delas lhes levou um pacotinho de guloseimas como presente. As duas primeiras o rejeitaram como um presente demasiado infantil, mas Joaquina o aceitou com alegria exclamando: "Eu amo amêndoas." Este gesto de humildade fez com que o jovem decidisse escolhê-la como esposa.

    No começo do casamento, por vezes, sentia graves escrúpulos não ter seguido a vocação religiosa que de criança tanto lhe chamava a atenção, mas seu esposo a confortava dizendo que na vida doméstica se pode chegar a tão alta santidade como em um convento e com suas boas obras de piedade iria substituindo aquelas que teria feito na vida religiosa. Isso a tranquilizou. Viveu 16 anos com seu esposo, e Deus a presenteou com nove filhos. E como recompensa por seus sacrifícios quatro de suas filhas se tornaram freiras, e várias de suas netas também.

    Quando Napoleão invadiu a Espanha, o esposo de Joaquina partiu para o exército para defender a pátria e participou bravamente de cinco batalhas contra os invasores. Joaquina e seus filhos tiveram que deixar a cidade de Barcelona e fugir para a pequena cidade de Vich.

    Quando Joaquina e seus filhos fugiam pela planície, de repente apareceu uma misteriosa Senhora e a trouxe até Vich para casa de uma família muito boa, que os recebeu com grande carinho. Em seguida, a Senhora desapareceu e ninguém pôde dar razão para isso. Joaquina sempre acreditou que havia sido a Santíssima Virgem que veio para ajudá-la.

    Um dia, enquanto estava rodeada por sua família, ela pensou ter ouvido uma voz dizendo: "Logo você vai ser viúva". Ela se preparou para aceitar a vontade de Deus, e dois meses depois, em 03 de março de 1816, seu esposo, embora estivesse bem de saúde e tivesse apenas 42 anos, morreu inesperadamente. Joaquina ficou viúva aos 33 anos e encarregada das seis crianças que havia sobrevivido.

    A partir daquele dia deixou todas as suas roupas de senhora rica. E se dedicou completamente a ajudar os pobres e assistir os doentes nos hospitais. No começo, as pessoas pensaram que ela havia enlouquecido por causa da tristeza pela morte de seu esposo, mas logo perceberam que ela estava se tornando uma grande santa. E admiravam a sua generosidade para com os necessitados. Ela vivia como as pessoas mais pobres, mas todas as suas energias eram para ajudar aqueles que sofriam miséria ou doença.

    Por 10 anos dedicou-se a penitências, muitas orações e contínuas obras de caridade, pedindo a Deus para iluminá-la sobre o que mais lhe convinha fazer para o futuro. Quatro de suas filhas se tornaram freiras e os outros filhos se casaram, e finalmente ela estava livre de toda responsabilidade doméstica. Agora iria realizar seu grande desejo de quando era uma criança: ser religiosa.

    Providencialmente se encontrou com um padre muito santo, o Padre Esteban Olot, capuchinho, que lhe disse que Deus a tinha destinado a fundar uma comunidade religiosa dedicada à vida ativa de apostolado. O sábio Padre Esteban escreve as constituições da nova comunidade e, aos 26 de fevereiro de 1826, diante do Sr. Bispo de Vich, que a apoia plenamente, começa, com oito jovenzinhas, sua nova comunidade, à qual coloca o nome de "Hermanas Carmelitas de la Caridad de Vedruna", em sua casa, conhecida como "Manso Escorial".

    Logo, as irmãs se tornam treze e mais tarde cem. Sua comunidade, como a sementinha de mostarda, começa sendo muito pequena e se torna uma grande árvore cheia de bons frutos. Ela vai fundando casas de religiosas por toda província.


Fundações de Santa Joaquina de Vedruna

    Santa Joaquina teve a sorte de se encontrar também com o grande missionário, bispo e fundador Santo Antônio Maria Claret, cujos conselhos lhe foram de grande proveito para o progresso de sua nova congregação.

    Depois veio a guerra civil chamada "Guerra Carlista", e nossa santa, perseguida pelos esquerdistas, fugiu para a França, onde esteve desterrada por três anos. Lá recebeu a assistência bem oportuna de um jovem misterioso, que ela sempre acreditou se tratasse de San Miguel Arcanjo, e Deus a encaminhou nesta terra para uma família espanhola que a tratava com amor verdadeiro.

Voltando à Espanha, talvez como fruto dos sofrimentos padecidos e das tantas orações, começou a crescer admiravelmente sua comunidade e as casas se foram multiplicando como verdadeira bênção de Deus.

    Em 1850, começou a sentir os primeiros sintomas da paralisia que a imobilizaria completamente. Aconselhada pelo Vigário Episcopal renunciou a todos os seus encargos e se dedicou a viver humildemente como uma religiosa sem posto algum. Apesar de conservar totalmente suas qualidades mentais, deixou que outras pessoas dirigissem a congregação. Deus lhe suscitou um novo e santo diretor para sua comunidade, o Padre Bernardo Sala, beneditino, que se propôs a dirigir às religiosas no espírito da santa fundadora.

    Durante quatro anos, a paralisia foi se espalhando e a foi imobilizando por completo, até lhe tirar também a fala. Então veio uma epidemia de cólera, que lhe tirou a vida e, no dia 28 agosto de 1854, passou santamente à eternidade.

    Antes havia tido o prazer de ver aprovada sua comunidade religiosa pela Santa Igreja, em 1850. E desde então foi ajudando de maneira prodigiosa a suas religiosas que se espalharam por muitos países.

    As Carmelitas da Caridade, instituto religioso feminino de direito pontifício, foram aprovadas pela Santa Sé aos 5 de agosto de 1857 e foram agregadas à ordem Carmelitana aos 14 de setembro de 1860; as constituições foram aprovadas aos 20 de julho de 1990.

    A Comunidade de Carmelitas da Caridade tem agora 290 casas em 25 países de 4 continentes, com 2.724 irmãs Vedruna. Ao todo, são 40.079 meninas educadas em suas escolas e 4.443 pessoas atendidas em seus hospitais. A sede generalícia está localizada em Roma.



UM MODO INÉDITO CARACTERIZADO POR SER:

• Uma rede de pequenas e flexíveis comunidades,

• Que se inserem "como levedura na massa" (Lc 13,21) nas populações onde são chamadas, rompendo, assim, com a antiga estrutura,

• Que vivem muito pobremente de seu trabalho,

• Que professam um estilo vida orante, fraterno, simples, alegre e muito familiar.

    Uma nova forma de ação apostólica orientada ao único objetivo de "trabalhar para a glória de Deus e o bem do próximo". As comunidades de Joaquina de Vedruna foram colocadas em ambientes populares, inclusive marginais:

• Para promover a educação das mulheres,

• Para assistir aos enfermos pobres,

• Para ajudar e acompanhar aos excluídos e "fazer, assim, presente na terra o Reino prometido aos pobres".

    Beatificada pelo Papa Pio XII, em 19 de maio de 1940, foi declarada santa pelo Papa João XXIII em 12 de abril de 1959, que disse dela: "Mãe de nove filhos, converteu-se na mãe de numerosos pobres". Os restos da santa repousam na capela do Manso Escorial de Vich.

    Sem fazer milagres em vida e sendo uma mãe de família, uma esposa amorosa e uma mulher que teve que sofrer muito na terra, e que dedicou suas grandes energias em ajudar aos necessitados, seja para nós também um modelo para imitar, e uma poderosa protetora que reze pela nossa santificação e salvação. Que Deus nos mande muitas santas como esta, muitas outras Joaquinas.



A espiritualidade de Joaquina.

    A espiritualidade que viveu Joaquina foi a experiência profunda e cotidiana do amor de Deus Pai. Um amor que a humanidade de Jesus faz visível e cujo Espírito impulsiona a seguir o Cristo.

Esta espiritualidade trinitária suscitou nela:

· Um amor ardente,

· Uma confiança sem limites,

· Uma entrega incondicional

    Para encarnar em sua vida "aquele amor que nunca diz basta" (Carta 95 e 100), posto ao serviço da humanidade sofrida,

· A quem Deus Pai ama e sustenta,

· A quem Deus Filho serve e liberta,

· A quem Deus Espírito Santo alenta e da vida.

    Esta foi a bússola que orientou a vida de Joaquina. Esta experiência espiritual e o contato com a dor dos enfermos e marginalizados e com a exclusão cultural das mulheres suscitou nela o desejo apaixonado de reproduzir na vida deles o rosto compassivo do Pai, do Filho e do Espírito Santo.




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