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A legenda conta que na época do imperador romano Décio, Anatólia e Vitória eram irmãs cujo casamento fora arranjado com dois nobres romanos pagãos. Anatólia procurava todos os pretextos para adiar o casamento; Vitória via aproximar-se a data do casamento com prazer. Ao tentar convencer a irmã a decidir-se, Vitória provou pela Sagrada Escritura que o casamento era agradável a Deus. Anatólia apresentou-lhe argumentos tão convincentes a favor da virgindade, que no mesmo dia Vitória desfez o noivado e vendeu as joias e o enxoval em proveito dos pobres.
Seus pretendentes denunciaram as jovens como sendo cristãs, recebendo a permissão para aprisioná-las em suas propriedades até que elas se convencessem a renunciar à sua Fé e a desposá-los.
Depois de usarem de todos os recursos para abalar a constância das jovens, o noivo de Anatólia, Tito Aurélio, foi o primeiro a perder a paciência, sendo ela a primeira a ser martirizada. Anatólia foi assassinada em "Thora" (identificada como a moderna Sant’Anatolia di Borgorose).
A legenda conta que ela foi trancada num quarto com cobras venenosas e, como elas se recusassem a picá-la, um soldado chamado Audax foi enviado para matá-la. As cobras o atacaram, mas Anatólia o salvou das picadas. Impressionado pelo exemplo, ele se converteu e foi martirizado pela espada junto com ela.
Eugênio esperou por meses que o tempo mudasse o coração da noiva, mas, longe de apostatar, Vitória convertia todos os que se aproximavam dela. Desesperado, Eugênio pediu ao prefeito do Capitólio que lhe enviasse o carrasco Liliarco.
A legenda conta que Vitória foi esfaqueada por Liliarco no coração em 250 em Trebula Mutuesca (Monteleone Sabino). Os hagiógrafos afirmam que o assassino imediatamente foi acometido de lepra e morreu seis dias depois.
Vitória e Anatólia são mencionadas no Martirológio Romano (sem Audax) na data de 10 de julho. Anatólia foi mencionada pela primeira vez na "De Laude Sanctorum", composta em 396 por Vitrício, Bispo de Rouen (330-409). Ela e Vitória aparecem juntas no Martyrologium Hieronymianum na data de 10 de julho. Vitória é mencionada também, sozinha, em 19 de dezembro. As duas aparecem em mosaicos na Basílica de Santo Apolinário Novo, em Ravena, entre as santas Paulina e Cristina. Uma "Passio SS. Anatoliae et Audacis et S. Victoriae", do século VI, que acrescentou o nome de Audax, foi mencionada por Adelmo (m. 709) e Beda (m. 735), que listaram as três em seus martirológios. César Barônio lista Anatólia e Audax em 9 de julho e Vitória, em 23 de dezembro.

Popularização do culto
Depois da translação de suas relíquias, o culto dos três se espalhou pela Itália. O corpo de Santa Vitória foi transferido, em 827, pelo abade Pedro de Farfa de Piceno para o Monte Matenano por causa das invasões árabes. A cidade de Santa Vittoria in Matenano é uma homenagem a ela. Ratfredo, o próximo abade de Farfa, levou o corpo da santa para a abadia em 20 de junho de 931.
Os corpos de Anatólia e Audax foram trasladados pelo abade Leão para Subiaco por volta de 950. Em data desconhecida, uma escápula (osso da parte posterior do ombro) de Anatólia foi transladada para a moderna Sant’Anatolia di Borgorose, e um braço, para a moderna cidade de Esanatoglia.
Os corpos de Anatólia e Audax ainda descansam em Subiaco, na Basílica de Santa Escolástica, sob o altar do Santíssimo. Atualmente o corpo de Santa Vitória está abrigado num altar em Santa Maria della Vittoria, em Roma.



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