A Bem-aventurada Irmã Maria de Jesus foi amiga e discípula fiel de Santa Teresa de Jesus. Nasceu em 1560, aos 4 anos de idade ficou órfã de pai, gravando no seu coração estas últimas palavras do seu pai moribundo: “Filha, Deus será o teu pai”.
Esta carmelita honrava-se de levar o nome da Virgem Maria, a quem tinha muita devoção e de quem parece ter ouvido dizer um dia: “Quero-te para filha”. Na adolescência, foi pretendida por muitos rapazes para esposa, o que a levou a entregar-se durante muito tempo às vaidades e futilidades próprias da juventude.
Um dia, pensou ouvir uma voz que lhe dizia: “Quero-te para carmelita descalça”. Como não tinha ainda ouvido falar das carmelitas descalças teve que perguntar ao seu confessor, que então lhe falou da família fundada por Santa Teresa e S. João da Cruz.
Entrou no Carmelo de Toledo, onde tomou o hábito de Nossa Senhora do Carmo. Começado o noviciado, caiu doente. Devido a esta doença, as Irmãs não lhe queriam dar a profissão, mas, Santa Teresa, que não conhecia a noviça, escreveu à comunidade para que a deixassem professar. Tomou o nome de Maria de Jesus.
Quando a Santa Madre chegou a Toledo e conheceu Maria de Jesus, disse-lhe: “Muito bem falaram de ti, mas agora vejo que é muito mais do que todo o bem que diziam”. Santa Teresa dizia de Maria de Jesus que seria santa, mas que já o era e que era muito mais do que o que tinha imaginado dela.
Segundo alguém escreveu, a Irmã Maria de Jesus padeceu os trabalhos do Céu, da terra e dos infernos, mas de todos saiu vencedora pela graça e pela força de Deus. Na sua última doença, ouviu Cristo que lhe perguntava se não queria já entrar na glória. Maria de Jesus respondeu que a prioresa a queria viva e lhe ordenava que pedisse a Deus a vida. Ao que Cristo lhe respondeu: “Pede-lhe licença para morrer e ela te dará”. Assim aconteceu. No dia 13 de setembro de 1640, Maria de Jesus, tomando as mãos da prioresa, pediu-lhe licença para morrer. Tendo respondido a priora: “Faça-se a vontade de Deus”. E assim faleceu a Irmã Maria de Jesus. 
Maria de Jesus, “o letradilho” da Santa Madre, sua amiga, discípula e confidente morreu com oitenta anos, dos quais 63 como carmelita descalça.

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